Com certeza, você já deve ter ouvido falar que os animais são de grande ajuda para o desenvolvimento cognitivo das pessoas, além de serem excelente companhia e de incentivarem até os mais velhos a terem mais responsabilidades. No entanto, por mais benéfica que a convivência de pessoas, especialmente idosos, com animais seja, é importante que algumas precauções sejam tomadas, visando uma experiência tranquila e que faça com que os envolvidos estejam satisfeitos.
O número de idosos aumentou de 25,4 milhões para mais de 30 milhões de 2012 a 2018 no Brasil. No mesmo período, esse público cresceu em 33% nos asilos, saltando de 46 mil para 61 mil. Esses dados, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acompanham as 32,6 mil denúncias de abandono, violência psicológica e patrimonial contra pessoas mais velhas, registradas pelo Disque 100 em seu último levantamento. Com esse fenômeno se tornando cada vez mais presente, é inevitável que os idosos passaram a se sentir mais solitários e, com isso, mais suscetíveis a doenças psicológicas.
Para evitar essa crescente epidemia, muitas dessas instituições vêm adotando medidas um tanto quanto heterodoxas, mas que estão se provando muito úteis, como o tratamento contra demência e outras doenças mentais: a visita periódica de animais em lares de idosos.
Por mais que essa medida não seja comum, a presença de animais estimula os idosos a terem um comportamento diferente, de responsabilidade, cuidado, satisfação, leveza, alívio de stress e da tristeza.
Essa necessidade de companhia e atenção é um sentimento crescente em idosos que foram negligenciados por suas famílias, porém, para que de fato possa haver progresso, apenas a presença dos animais, sem qualquer ajuda médica, acaba sendo um tanto quanto ineficaz.
Com a melhora dos membros da terceira idade em mente, diversos profissionais da saúde, em sua maioria psicólogos, são grandes defensores do método de terapia assistida por animais – TAA – que se provou bastante benéfica.
A Terapia Assistida por Animais (TAA) é uma prática realizada com o objetivo de promover o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social dos pacientes. Não se trata de uma prática para substituir terapias e tratamentos convencionais, mas um complemento, uma nova linha de pesquisa para melhorar a qualidade de vida de pessoas comumente ignoradas pela sociedade, como no caso de pacientes com deficiências físicas, sensoriais, mentais e motoras, além daqueles que se encontram nos centros penitenciários.
Durante a TAA há produção e liberação do hormônio endorfina no corpo do paciente, o que resulta sensação de bem-estar e relaxamento, assim como diminuição na pressão arterial e no nível do hormônio cortisol.
Os benefícios nos pacientes podem ser físicos e mentais, pela suspensão da dor e estímulo à memória, pela oportunidade de comunicação, socialização, motivação e aprendizagem, além de diminuir a solidão e a ansiedade; recuperar a autoestima, desenvolver sentimentos de compaixão e estimular a prática de exercícios.
A utilização de animais na terapia exige algumas precauções, como a prevenção da disseminação de doenças, principalmente as zoonoses, feita pelo controle contínuo da saúde dos animais, realizado pelo médico veterinário; evitar agressões por mordidas e arranhões; detectar possíveis alergias, fobias e aversões causadas pelo contato com animais, o que pode culminar no afastamento do animal da terapia.
Parece óbvio, mas muitas pessoas subestimam o trabalho que é cuidar de um animal, especialmente quando há um idoso envolvido. Por isso, é importante que diversos testes sejam feitos antes de de fato ocorra uma introdução definitiva de um animal na vida de um idoso.
Primeiramente, é preciso pensar em qual tipo de animal é mais benéfico e que se encaixará melhor no perfil do paciente. Existem ótimas opções e que são facilmente adaptáveis e encantadoras de se ter por perto, no entanto, as mais recomendadas são: cachorros, gatos e pássaros.
Os cães são os animais de companhia mais recomendados para idosos. Devido às suas necessidades de saírem para a rua pelo menos 2 vezes ao dia, acabam ajudando os idosos a melhorar a sua condição física e capacidade de socialização. No entanto, antes de escolher esta opção, deve-se ter em conta as capacidades físicas da pessoa.
O idoso que tiver a capacidade de conviver com um animal de estimação terá a sorte de compartilhar a sua vida e receber, em troca, um carinho incondicional e que ajudará a reduzir as chances de sofrer doenças, como osteoporose, artrite, artrose ou hipertensão, por exemplo.
No entanto, como na maioria dos casos, os pacientes que passarão por um teste de adaptação com os animais possuem limitações dos movimentos, é preferível que adotem um cachorro mais velho, a partir dos 2 ou 3 anos.
Os gatos são ideais para aquelas pessoas que têm pouca mobilidade e não podem sair de casa para passear. Os seus cuidados são básicos, uma vez que precisam apenas de uma caixa de areia para as suas necessidades, um arranhador, água limpa e ração. Além disso, são animais muito limpos, pois se limpam sozinhos.
Os gatos podem ficar longos períodos sozinhos em casa, se tiverem água e comida. Lembre-se que o ideal também é adotar um gato adulto, já castrado. Dessa forma, terá um gato calmo e que já aprendeu a fazer as suas necessidades no lugar indicado.
Cada vez mais, lares de idosos aceitam que os gatos acompanhem os seus donos, por isso se for necessário o idoso se mudar para um, poderá procurar um lugar onde possa continuar vivendo com o seu gato.
Os pássaros são ótimos animais de companhia para idosos, especialmente para aquelas pessoas que têm pouca mobilidade ou que não possuem um cuidador que fique com eles o tempo todo.
Ficar ouvindo-os cantar, limpar a gaiola deles e alimentá-los pode fazer com que o paciente desenvolva um grande senso de responsabilidade e passe a ter ao seu lado um excelente companheiro, que não faz muita bagunça em casa.
Embora os pássaros não precisem de muito espaço, pois acabam vivendo a maior parte de suas vidas em gaiolas, lembre-se que isso os tornam infelizes, por isso opte por pássaros que possam andar pela casa.
Alguns dos pássaros mais fáceis de cuidar e recomendáveis para idosos são os canários, os periquitos ou a calopsita (que podem viver fora das gaiolas).
Independentemente de se tratar de um pássaro, um gato ou um cachorro, todas as pessoas precisam ter ao seu lado alguém que possa cuidar do animal, no caso de ocorrer qualquer imprevisto. É muito importante entender que, por mais independente que seja um animal, ele não pode passar mais de um ou dois dias sem supervisão e companhia.
O que achou do nosso artigo? Esperamos que todas as informações tenham sido de grande ajuda na hora de escolher um animal ou na hora de ingressar na Terapia Assistida por Animais! Compartilhe essas dicas para que mais pessoas possam aprender sobre os benefícios da convivência com animais.
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